crônica: EVASÃO/ABANDONO NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS


EVASÃO/ABANDONO NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS

 

De imediato ressalto que, nesta crônica, tratarei da questão do abandono dos estudos/dos cursos, nas universidades públicas brasileiras.

Quero apenas, chamar a atenção para: a facilidade, dos acadêmicos, em abandonar um curso superior, pois não precisam arcar com nenhuma responsabilidade.

Costumeiramente, trata-se da questão do acesso a um curso superior. Questão que, felizmente, já deu saltos inclusivos e de acessibilidade, apesar do regresso nos últimos 2 anos, mas ainda há muitas vagas sobrando nas universidades públicas e nos institutos federais. Inclusive, um dos motivos de ter vagas ociosas, é o abandono dos cursos por parte dos acadêmicos. E o número de abandonos não é baixo, pode ultrapassar até os 50% em determinado semestre e/ou ano.

A questão que evoco é a seguinte: quanto dinheiro público foi simplesmente rasgado devido a esse número de abandonos?

Certamente você está pensando que sou da direita, devido ao questionamento feito, ao que respondo: nem direita nem esquerda, apenas cidadão brasileiro, que paga altos impostos diários, semanais, mensais, anuais… dos quais sai o dinheiro para custear também, a universidade pública brasileira. Sim, ela não é gratuita, pelo contrário, ela é onerosa para os cidadãos brasileiros que a pagam, para alguns poderem estudar.

Para ilustrar como esse dinheiro público é rasgado e colocado no lixo, vou dar um exemplo: um curso de Direito custa em torno de 84 mil reais numa universidade privada. Na pública custará mais caro, mas, fiquemos com os 84 mil. Considerando que esse curso é de 5 anos, que implica em 10 semestres curriculares, teremos que, cada semestre custará em torno de 8400,00. Assim sendo, quando um acadêmico, de uma universidade pública, abandona um curso, ele está rasgando, já de saída, 8400,00 reais nossos. Se ele abandona após 4 semestres, ele está jogando no lixo, nada menos que 33600,00 reais do povo brasileiro e sai de boa, reclamando ainda, muitas vezes, dos políticos brasileiros...

Aliás! Todos sabemos que na politicalha de Brasília muito mais dinheiro público é rasgado, porém, só muda a quantidade, pois o ato – rasgar dinheiro público - é condenável em ambos os casos. Não concorda? E em ambos os casos não deveria/deve ocorrer o ressarcimento aos cofres da União, ou seja, a devolução ao povo brasileiro do dinheiro mal usado? A cobrança nem precisa ser retroativa, mas daqui para frente, ou seja, de hoje em diante, quem ingressar numa universidade pública brasileira, será informado e terá consciência de que, em caso de abandono do curso, terá que ressarcir a União, do dinheiro já gasto com esse estudo/com essa vaga mal aproveitada.

Claro que todos/as deveriam ter acesso a um curso superior público. Entretanto, não é a nossa realidade. Outra realidade humana, que poucos tem coragem de admitir, é que nem todos/as têm condições racionais e emocionais necessárias, nem mesmo tem o interesse num curso universitário. Por fim, será que este possível ressarcimento não criaria uma nova/outra realidade acadêmica, de maior comprometimento para com os estudos, para com o dinheiro público?

                                                                                                                                                                                                                                                                                    Tércio Inácio

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